Por que falar sobre amizade?

Ao longo de nossas vidas e, principalmente, durante a adolescência, os amigos costumam desempenhar um papel muito importante em nossa história. As amizades que vivenciamos durante os anos escolares, na maioria das vezes, irão moldar nossa visão sobre esse tipo de relacionamento. Além disso, a amizade costuma ser tema recorrente de músicas, filmes, livros e, certamente, essas produções artísticas, culturais e filosóficas podem contribuir para ampliar o nosso olhar sobre as nossas próprias experiências.

É comum em conversas cotidianas nos depararmos com uma divisão entre os amigos verdadeiros e os outros, que seriam amigos, mas não mereceriam a qualificação de verdadeiros. Mas quais seriam os critérios que utilizamos para fazer essa distinção? O que conta para que alguém possa ser considerado mais que um amigo, um amigo verdadeiro? Também parece fazer parte do senso comum a ideia de que uma amizade verdadeira seria algo raro, que aqueles ou aquelas que merecem ser chamados de amigos verdadeiros seriam poucos. Mas, afinal, haveria um número mágico de amigos verdadeiros possíveis? Na crônica Ah, os amigos, a escritora Rachel de Queiroz afirma que a primeira lei da boa amizade é ter poucos amigos. Segundo ela, uma vez que nossa alma é muito variada nas suas exigências, nós precisaríamos de amigos de acordo com os diferentes ângulos do nosso coração, de modo que cada um seria único em seu território, não sendo necessário sequer que eles se conheçam entre si. Isso, inclusive, afastaria a possibilidade deles se unirem contra nós. Rachel também afirma que cada amigo é insubstituível, de modo que, mesmo depois de sua morte, aquele lugar que um amigo ocupou em nosso coração permaneceria uma espécie de santuário vazio.

Que nós precisamos de amigos, parece uma afirmação que a maioria de nós aceita como verdadeira. No entanto, seriam nos momentos de alegria ou de tristeza que eles seriam mais necessários? E quanto a distância? É possível manter uma amizade verdadeira a distância? Quanto tempo de distância uma amizade verdadeira suporta? Será que as tecnologias atuais - redes sociais, chamadas de vídeo etc - favorecem ou atrapalham a manutenção das nossas relações de amizade? Será que existe um único tipo ou forma de amizade, ou seria possível pensar em formas diferentes de amizade? E quais seriam as características mais básicas que poderiam fazer com que, mesmo havendo formas diferentes, ainda fossem reconhecidas como amizade?

Certamente cada um de nós já se fez algumas dessas e talvez muitas outras perguntas sobre a amizade. Ao longo da história da filosofia, essas perguntas foram formuladas e reformuladas por diversos filósofos. O IFilosóficos: Leituras e Diálogos convida vocês para partilharem suas questões, suas visões acerca da amizade e também para descobrir o que alguns filósofos já falaram sobre esse tema. Esperamos vocês para o nosso primeiro encontro!

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