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Mostrando postagens de abril, 2025

Velhos E Jovens - Adriana Calcanhotto

  Antes de mim vieram os velhos Os jovens vieram depois de mim E estamos todos aqui No meio do caminho dessa vida Vinda antes de nós E estamos todos a sós No meio do caminho dessa vida E estamos todos no meio Quem chegou e quem faz tempo que veio Ninguém no início ou no fim Antes de mim Vieram os velhos Os jovens vieram depois de mim E estamos todos aí Música interpretada por Adriana Calcanhotto e escrita por   Antunes Filho e Pericles Cavalcanti.

O Eterno Retorno – F. Nietzsche

 "E se um dia ou uma noite um demônio se esgueirasse em tua mais solitária solidão e te dissesse: "Esta vida, assim como tu vives agora e como a viveste, terás de vivê-la ainda uma vez e ainda inúmeras vezes: e não haverá nela nada de novo, cada dor e cada prazer e cada pensamento e suspiro e tudo o que há de indivisivelmente pequeno e de grande em tua vida há de te retornar, e tudo na mesma ordem e sequência - e do mesmo modo esta aranha e este luar entre as árvores, e do mesmo modo este instante e eu próprio. A eterna ampulheta da existência será sempre virada outra vez, e tu com ela, poeirinha da poeira!". Não te lançarias ao chão e rangerias os dentes e amaldiçoarias o demônio que te falasses assim? Ou viveste alguma vez um instante descomunal, em que lhe responderías: "Tu és um deus e nunca ouvi nada mais divino!" Se esse pensamento adquirisse poder sobre ti, assim como tu és, ele te transformaria e talvez te triturasse: a pergunta diante de tudo e de cada...

Experiências de Quase-Morte: Os Relatos e a Ciência Sobre o Último Fio de Vida

 “Todos os caminhos levam à morte. Perca-se!” Jorge Luis Borges O que existe entre a vida e a morte? Qual é o estágio final em que a vida pode ainda ser recuperada?  A tênue linha que separa a vida e a morte tem intrigado médicos e cientistas há séculos, mas novos estudos começam a devendar o enigma. Profissionais de saúde frequentemente se deparam com relatos de diferentes pessoas que, reanimadas de paradas cardio-respiratórias (PCR), descrevem com detalhes situações e sensações que guardam estranhas semelhanças entre si. O termo experiência de quase-morte (EQM) agrupa um conjunto de sensações relatadas como a visão de um túnel de final iluminado, flutuação acima do corpo físico, um segundo corpo, visão de 360º, sensação de que o tempo passa em uma outra velocidade e até a ampliação dos sentidos, entre outros testemunhos comuns. O mais antigo registro de uma EQM está na obra “A República (Livro X), de Platão. Mas foi “Vida depois da Vida”, nome da edição em português da obra ...

Trechos de A Hipótese do Àtomo Primordial - Georges Lamaître

 Um dos retratos que nos chegou, do filósofo e matemático René Descartes, é acompanhado por um lema que nos parece oportuno recordar no início desta apresentação: Mundus est fabula. O mundo é uma bela história pela qual cada geração luta melhorar. [...] Ao tentar explicar a hipótese do átomo primitivo para vocês, tentarei fazê-los entender em que ela consiste, em vez de discutir o escopo exato dos argumentos que a sustentam. Também penso que uma conclusão definitiva não pode ser feita no momento e que tal conclusão dependerá do resultado de cálculos difíceis que ainda não puderam ser feitos e dos quais depende a comparação da hipótese com fatos experimentais. Estes talvez o confirmem, ou talvez compartilhem com ele o destino dos vórtices de Descartes e muitas outras hipóteses esquecidas.  [...]  Essas considerações levam a supor como condição inicial a partir da qual o universo atual pode- ria evoluir, através do jogo de leis físicas e mecânicas conhecidas, daquilo que ch...

Trechos de Da Origem do Homem – Charles Darwin

 É notório que o homem é construído com base no mesmo tipo ou modelo genérico que os demais mamíferos. Todos os ossos de seu esqueleto podem ser comparados a ossos correspondentes em um macaco, morcego ou foca. O mesmo ocorre com seus músculos, nervos, vasos sanguíneos e vísceras internas. O cérebro, o mais importante de todos os órgãos, segue a mesma lei, conforme demonstrado por Huxley e outros anatomistas (Darwin, 1874, p 6)  [...] O professor Huxley, nosso grande anatomista e filósofo, discutiu plenamente este assunto, e concluiu que o Homem, em todas as partes de sua organização, difere menos dos macacos superiores do que estes últimos diferem dos membros do mesmo grupo. Portanto, “não há justificação para colocar o Homem numa ordem distinta” (DARWIN, 2009, p.175).   [...] Vale a pena observar que, logo que os ancestrais do Homem se tornaram sociais (e isso ocorreu, provavelmente, num período muitoremoto) o hábito da imitação, assim como a razão e a experiência,...

Trechos do Timeu – Platão

 Portanto, ó Sócrates, se, no que diz respeito a variadíssimas questões sobre os deuses e sobre a geração do universo, não formos capazes de propor explicações perfeitas e totalmente concordantes consigo mesmas, não te admires. Mas se providenciarmos discursos verosímeis que não sejam inferiores a nenhum outro, é forçoso que fiquemos satisfeitos, tendo em mente que eu, que discurso, e vós, os juízes, somos de natureza humana, de tal forma que, em relação a estes assuntos, é apropriado aceitarmos uma narrativa verosímil e não procurar nada além disso. (29c4-29d3). [...] Na minha opinião, temos primeiro que distinguir o seguinte: o que é aquilo que é sempre [to on aei] e não devém, e o que é aquilo que devém [to gignomenon], sem nunca ser? Um pode ser apreendido pelo pensamento com o auxílio da razão, pois é imutável. Ao invés, o segundo é objecto da opinião acompanhada da irracionalidade dos sentidos e, porque devém e se corrompe, não pode ser nunca. (27d5-28a4). [...] Na verdade, a...

Trechos de Fundamentos de Filosofia – Gilberto Cotrim

 Do Mito à Ciência  [..] vejamos algumas explicações sobre o mundo formuladas por diversos grupos humanos ao longo da história. Entre as mais antigas explicações conhecidas, encontram-se as lendas e os mitos de culturas muito antigas – egípcia, indiana, chinesa, grega, romana, asteca, maia, entre outras – e suas respectivas cosmogonias ou cosmogêneses, isto é, exposições sobre a origem e a formação do universo. No caso dos gregos, um conjunto de deuses primordiais representava, segundo a narrativa mítica, o surgimento do cosmos (“universo ordenado”). De acordo com o poema Teogonia (“origem dos deuses”), de Hesíodo, escrito por volta de VIII a.C., a primeira divindade teria sido Caos (o abismo, o vazio indeterminado e ilimitado), mas logo apareceram Gaia (a Terra), Tártaro (o mundo subterrâneo, de trevas profundas) e Eros (o amor). De cada uma dessas divindades vieram outras e, da união entre elas, nasceram outras mais, conformando assim várias estirpes de deuses e deusas, heró...

Criação do ser humano – mito Iorubá

 A mitologia iorubana nos conta que Olorum criou o mundo, criando todas as águas, todas as terras e todos os filhos das águas e do seio das terras. Criou uma multiplicidade de plantas e bichos de todas as cores e tamanhos. Um dia, Olorum chamou Oxalá e ordenou que ele criasse o ser humano. Oxalá, sem perda de tempo, deu início ao trabalho que lhe foi ordenado. Fez um homem de ferro, constatou que era rígido demais. Fez outro de madeira, que também ficou muito sem jeito. Tentou de pedra, o homem ficou muito frio. Depois, tentou de água, mas o ser não tomava uma forma definida. Tentou fogo, mas, depois de pronto, a criatura se consumiu no seu próprio fogo. Fez um ser de ar, depois de pronto o homem voltou a ser o que era no princípio, apenas ar. Ele ainda tentou criar também, com azeite e vinho de palma. Mas nada aconteceu. Preocupado, sentou-se à margem do rio, observando a água passar. Das profundezas do rio surge Nanã, que indaga sobre a sua preocupação. Oxalá fala da sua responsa...

Gênesis - Bíblia

No princípio, criou Deus os céus e a terra. A terra, porém, estava sem forma e vazia; havia trevas sobre a face do abismo, e o Espírito de Deus pairava por sobre as águas. Disse Deus: Haja luz; e houve luz. E viu Deus que a luz era boa; e fez separação entre a luz e as trevas. Chamou Deus à luz Dia e às trevas, Noite. Houve tarde e manhã, o primeiro dia. E disse Deus: Haja firmamento no meio das águas e separação entre águas e águas. Fez, pois, Deus o firmamento e separação entre as águas debaixo do firmamento e as águas sobre o firmamento. E assim se fez. E chamou Deus ao firmamento Céus. Houve tarde e manhã, o segundo dia. Disse também Deus: Ajuntem-se as águas debaixo dos céus num só lugar, e apareça a porção seca. E assim se fez. À porção seca chamou Deus Terra e ao ajuntamento das águas, Mares. E viu Deus que isso era bom. Gênesis 1:1-10  (Bíblia Sagrada. Tradução de João Ferreira de Almeida. Edição rev. e atualizada no Brasil. Brasília: Sociedade Bíblia do Brasil, 1969.)

Teogonia de Hesíodo

  Sim bem primeiro nasceu caos, depois também  terra de amplo seio, de todos sede irresvalável sempre  dos imortais que têm a cabeça do Olimpo nevado  e tártaro nevoento no fundo do chão de amplas vias  e eros: o mais belo entre Deuses imortais.  (Hesíodo. Teogonia. trad. de Jaa torrano. 3. ed. São Paulo: Iluminuras, 1995. p. 111.)

1° encontro de 2025 com o tema "De onde viemos e para onde vamos?"

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O primeiro encontro de 2025 será na quarta-feira (09/04) às 14:00 com o tema "De onde viemos e para onde vamos?" . Venha participar!  

Conheça o Projeto - 2025

  IFilosóficos: Leituras e Diálogos  é um Projeto de Ensino do Instituto Federal de São Paulo, realizado pelo Campus Capivari.  Em 2024, sua primeira edição, foi  orientado pela professora de Filosofia, Francine Ribeiro. No entanto, em sua edição atual o projeto é orientado pelo professor de Filosofia Vanderley Freitas, com a aluna Laura Miranda como bolsista.  O projeto propõe encontros mensais sobre diferentes temas que possam interessar aos adolescentes - amizade, amor, beleza, felicidade etc - a fim de promover um espaço de acolhimento, diálogo e reflexão os estudantes.  Além disso, reuniões semanais para estudo, orientação e preparação dos encontros são realizadas entre orientadora, bolsista e voluntários.